domingo, 12 de agosto de 2012

Programação do último dia

Hoje é o nosso último dia de mostra. Esperamos que todos tenham gostado e aproveitado!
Programação de hoje:

16h: Na Casa de Rio Vermelho (10min)
    + Jorge Amado (43min)

18h: Capitães da Areia (96min)

Aproveitem o dia dos pais e tragam a família toda!

Abaixo um pouco mais sobre cada filme.

Na Casa de Rio Vermelho
A partir de 1972, em parceria com o cineasta David Neves, Fernando Sabino, criou a Bem-Te-Vi Filmes a fim de documentar vida e obra de alguns dos maiores criadores da literatura nacional. Figuras como Carlos Drummond de Andrade, Érico Veríssimo, João Guimarães Rosa e outros titãs nas letras brasileiras passaram pela câmera orientada pela dupla. Por sua importância qualitativa (como criador de um universo de tipos únicos) e quantitativa (em vendas de livros aqui e no exterior), Jorge Amado também entrou para o rol de documentados por Sabino. "A casa do Rio Vermelho" extrapola a noção de curta-metragem biográfico, indo além do tradicional retrato das características mais folclóricas ou anedóticas de seu documentado, concentrando-se em seu ambiente de vida e de trabalho. O personagem central da produção não é o autor e sim sua residência em Salvador, onde ele viveu ao lado de Zélia Gattai, cercado dos filhos, netos e amigos.

Jorge Amado
Em meados dos anos 1990, no auge de sua produção documental para a televisão, João Moreira Salles realizou um média-metragem sobre o impacto da literatura de Jorge Amado dentro do Brasil e para a consolidação do imaginário brasileiro no exterior. O título de seu documentário leva o nome do escritor baiano, pois se preocupa em detalhar o pensamento do escritor para além de suas palavras, para além de sua estética. O filme mostra o quanto Amado ajudou o Brasil a assumir sua mestiçagem cultural. Em depoimentos, Amado assume as críticas à sua obra como um estímulo. "Uma vez, na tentativa de diminuir minha obra, um crítico disse que eu era um escritor de putas e vagabundos. Nunca recebi um elogio maior", diz ele ao filme, que põe Zéli Gattai como uma figura crucial para o equilíbrio de Amado na vida e na arte.
Capitães da Areia

Concebido para ser uma fábula contemporânea sobre os laços de lealdade "Capitães da Areia" chegou às telas em 2011, marcando a estréia de Cecília Amado como realizadora de longas-metragens. O filme transporta para as telas o enredo que se tornou um best-seller, com 5 milhões de exemplares vendidos desde sua publicação, há sete décadas.
O roteiro flagra o cotidiano de um bando de meninos de rua, liderados por Pedro Bala, que vive de furtos na Salvador dos anos 1950. O romance tem um perfil de denúncia social, que, às telas é traduzido a partir de um diálogo com a cartilha da estética do neorrealismo.

Nas telas, os jovens Pedro Bala (Jean Luís Amorim), Professor (Robério Lima), Gato (Paulo Abade), Sem Pernas (Israel Gouvêa) e Boa Vida (Jordan Mateus) foram abandonados por suas famílias e crescem no submundo da Bahia, juntando trocados acumulados em roubos e contravenções diversas. Um dia, Professor conhece uma menina igualmente miserável, Dora (Ana Graciela), e resolve adotar a garota e o irmão dela, Zé Fuinha (Felipe Duarte), para o bando. A chegada de Dora vai incendiar um conflito entre os "Capitães da Areia", começando pelo coração de Pedro Bala. 

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Programação especial no dia do aniversário de Jorge Amado!

Exatamente hoje 10/08, Jorge Amado estaria completando 100 anos de vida. E por isso, a nossa programação de hoje está muito especial!!


16h: Meu Adorável Fantasma - Kiss me Goodbye - Robert Mulligan, (93 min)
Versão hollywoodiana de "Dona Flor e seus Dois Maridos". Um filme raríssimo de ser achado!

18h: Quincas Berro D'água - Sérgio Machado, (104 min)
Lembrando que essa sessão será gratuita!

20h: Palestra - A pluralidade da obra de Jorge Amado no audiovisual
            - Sérgio Machado - diretor de Quincas Berro D'Água, e também dos filmes Cidade Baixa (Melhor filme no Festival do Rio), Onde a Terra Acaba (Melhor documentário no Festival do Rio, Festival de Havana e no Festival de Biarritz)
            - Mauro Alencar (doutor em Teledramaturgia pela Universidade de SP)

Venham comemorar essa data especial com a gente!

Abaixo um pouco sobre cada filme.
Meu Adorável Fantasma
Informado do fenômeno de bilheteria de "Dona Flor e seus dois maridos" no Brasil, com seus dez milhões de ingressos vendidos, Hollywood interessou-se por produzir uma nova versão do filme brasileiro, decalcado de Jorge Amado. Era importante que houvesse um tempero anglo-saxônico para dar um sabor hollywoodiano à história da mulher insatisfeita no casamento que mantém um caso extraconjugal com o fantasma de um finado amor. Foi quando o cineasta Robert Mulligan (1925-2008) entrou em campo. Sally Field concorreu ao Globo de Ouro de melhor atriz de comédia pela produção, na qual interpreta Kay Villano, viúva de Jolly (James Caan), um famoso coreógrafo da Broadway. Cerca de três anos após a morte de Jolly, Kay decide se casar novamente, e escolhe como companheiro um egiptólogo sem qualquer charme, Rupert (Jeff Bridges). Sem a bossa de Jolly, que apesar do caráter questionável era um amante fogoso, Kay leva uma rotina sem prazeres. Mas tudo muda em seu destino depois que o espírito de Jolly decide lhe fazer uma visitinha, reaquecendo suas noites frias. Às vésperas de seu matrimônio, Kay precisa decidir como vai acomodar um par de paixões em seu coração.

Quincas Berro D'Água
Visto por 281.241 espectadores em circuito, "Quincas Berro d'Água" (2010) carrega um tufão nos quadris, formado por três ventos: a picardia, a irreverência e a sensualidade. É a partir desses três substantivos, cada vez mais raros no cinema nacional, que o diretor Sérgio Machado ("Cidade Baixa") tira uma radiografia do bas-fond baiano a partir do Pelourinho. Machado construiu uma Bahia onde o prazer é a única lei seguida pelo exército de um Brancaleone bêbado: o ex-funcionário público Joaquim (Paulo José), que aposenta sua monótona vida de chefe de família para cair na esbórnia. De marafo na mão, ele adota a alcunha de Quincas Berro D'Água e renasce, carregando sob suas asas uma trupe de desvalidos. Nas ruas, sua morte moral dá berço a um Quincas brincalhão, que vai acolhendo maltrapilhos sob seu abraço. Em nome da folia, ele forma uma tropa de pés-rapados. Nas telas, a atriz Marieta Severo vive a cafetina (à espanhola) Manuela. Somados, esses seres da noite nos levam a uma procissão por um carnaval de almas danadas, felliniano, que tem no riso seu único norte.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Programação de hoje!

16h -> Dona Flor e seus Dois Maridos
18h -> Jubiabá

Lembrando que a Mostra acontece no Cinema 1 da Caixa Econômica Federal, Av. Almirante Barroso, 25 - Centro
Os ingressos custam R$ 2 / R$ 1 (meia)

Estamos esperando vocês!


Dona Flor e seus Dois Maridos

Baseada no romance homônimo, escrito  em 1966, "Dona Flor e seus dois maridos" fez de Bruno Barreto uma das maiores promessas do cinema brasileiro, dentro e fora do país, graças à sua arrecadação nas bilheterias. Os números oficiais assombram: 10.735.524 ingressos foram vendidos pela produção. Indicada ao Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro, a versão de Barreto trata com fidelidade o clima de sensualidade do livro. Na trama, a professora de culinária Florípedes Paiva (Sonia Braga) é famosa em toda a Bahia por suas moquecas e seus temperos. Mas a vida de Florípedes, ou apenas Flor, passa a oscilar entre o júbilo e o amargor depois que ela se casa com o malandro Vadinho (José Wilker), um jogador e mulherengo inveterado. Durante o carnaval de 1943, após jurar amor à sua esposa, Vadinho cai fulminado por um colapso cardíaco e morre. Flor, inconsolada, prefere desistir do amor. Mas o farmacêutico Teodoro Madureira (Mauro Mendonça) aparece em sua vida oferecendo a calma e a segurança que Vadinho nunca foi capaz de lhe dar. Porém, Teodoro não é capaz de satisfazê-la com o mesmo ardor. É então que o fantasma de Vadinho desce do Além disposto a seduzir sua amada de novo.

Jubiabá
Lançado em 1935, quando Jorge Amado tinha apenas 23 anos, "Jubiabá" é um romance de formação sobre as peripécias vividas por um negro ao longo de uma vida de exclusões, rejeições e paixões violentas. Foi um dos livros de Amado de maior visibilidade na Europa. Não por acaso, os franceses se interessaram em investir recursos na versão cinematográfica que Nelson Pereira dos Santos idealizou para o texto.
A produção acompanha como Baldo cresce tendo como referência espiritual o ex-escravo Jubiabá (Grande Otelo), um feiticeiro de raízes afros que entende a importância de cada um enfrentar sua sina. A sina de Baldo é conviver com o amor que carrega pela loura Lindinalva (Françoise Goussard), que, por uma série de impedimentos sociais, não pode ser dele. Reduzido a pivete e malandro de beira de cais, Baldo se reinventa como um boxeador imbatível, tornando-se uma referência heróica na Bahia. Mas a carreira de Baldo como pugilismo vai se digladiar com as mágoas que guarda da ausência de Lindinalva.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

E hoje tem mais!

A primeira sessão de hoje é às 16h, nela teremos dois documentários: Na Casa de Rio Vermelho (10min) e Jorge Amado (43min)

Na segunda sessão, às 18h, exibiremos Tenda dos Milagres (132min).
Abaixo, um pouco sobre cada filme.

Na Casa de Rio Vermelho
A partir de 1972, em parceria com o cineasta David Neves, Fernando Sabino, criou a Bem-Te-Vi Filmes a fim de documentar vida e obra de alguns dos maiores criadores da literatura nacional. Figuras como Carlos Drummond de Andrade, Érico Veríssimo, João Guimarães Rosa e outros titãs nas letras brasileiras passaram pela câmera orientada pela dupla. Por sua importância qualitativa (como criador de um universo de tipos únicos) e quantitativa (em vendas de livros aqui e no exterior), Jorge Amado também entrou para o rol de documentados por Sabino. "A casa do Rio Vermelho" extrapola a noção de curta-metragem biográfico, indo além do tradicional retrato das características mais folclóricas ou anedóticas de seu documentado, concentrando-se em seu ambiente de vida e de trabalho. O personagem central da produção não é o autor e sim sua residência em Salvador, onde ele viveu ao lado de Zélia Gattai, cercado dos filhos, netos e amigos.

Jorge Amado
Em meados dos anos 1990, no auge de sua produção documental para a televisão, João Moreira Salles realizou um média-metragem sobre o impacto da literatura de Jorge Amado dentro do Brasil e para a consolidação do imaginário brasileiro no exterior. O título de seu documentário leva o nome do escritor baiano, pois se preocupa em detalhar o pensamento do escritor para além de suas palavras, para além de sua estética. O filme mostra o quanto Amado ajudou o Brasil a assumir sua mestiçagem cultural. Em depoimentos, Amado assume as críticas à sua obra como um estímulo. "Uma vez, na tentativa de diminuir minha obra, um crítico disse que eu era um escritor de putas e vagabundos. Nunca recebi um elogio maior", diz ele ao filme, que põe Zéli Gattai como uma figura crucial para o equilíbrio de Amado na vida e na arte.

Tenda dos Milagres
Escrito em 1969, numa mistura de prosa etnográfica e delírio místico, o livro ganhou as telas a partir de uma adaptação de Nelson Pereira dos Santos. Hugo Carvana, como Fausto Pena, entra em cena alardeando mil conhecimentos acadêmicos de ciências políticas e sociais, abrindo espaço para uma discussão entre a intelectualidade e o sincretismo de batuques afros. Na trama, que procura sintetizar as reflexões culturais da prosa de Amado, Fausto Pena é uma das figuras que cruzam o caminho do bedel Pedro Archanjo (Juarez Paraiso), defensor do direito dos negros e de seus entes divinos.

Fotos do Primeiro dia da Mostra






segunda-feira, 6 de agosto de 2012

É amanhã o primeiro dia da Mostra 100 Anos de Jorge Amado!

E pra começar bem, exibiremos os filmes "Tieta do Agreste" (às 15h) e "Capitães da Areia" (18h). Abaixo, um pouco sobre cada filme.
E às 20h, teremos palestra com Guy Gonçalves (co-diretor de "Capitães da Areia") e Renata Almeida Magalhães (Produtora assoc. de "Tieta do Agreste")

Tieta do Agreste

Lançado em 1996, em plena Retomada, "Tieta do Agreste" marcou a entrada de Carlos Diegues no universo literário de Jorge Amado. Em meio ao processo de reconstrução da produção cinematográfica nacional, sucateada com o fim da Embrafilme, em 1990, o longa ganhou notoriedade e trouxe de volta ao país a maior musa do audiovisual brasileiro dos anos 1970: Sônia Braga, radica nos EUA desde 1986.
Diegues injetou mais humor à adaptação que fez do romance, trazendo para seu elenco mitos como Chico Anysio, Zezé Motta e Jece Valadão.

Na trama, a jovem Tieta (Patrícia França) é expulsa de casa quando tem 17 anos. Após 26 anos, ela regressa à sua cidade, Santana do Agreste, tendo ao seu lado uma jovem de nome Leonora (Cláudia Abreu), que apresenta como sua enteada. Seu regresso provoca rebuliço nos moradores da região, em especial em Perpétua (Marília Pêra), sua irmã invejosa. Tieta acaba se apaixonando pelo sobrinho, Cardo (Heitor Martinez), o que desencadea um conflito em sua família, que, aos poucos, dá-se conta da real origem da riqueza da filha pródiga.


Capitães da Areia

Concebido para ser uma fábula contemporânea sobre os laços de lealdade "Capitães da Areia" chegou às telas em 2011, marcando a estréia de Cecília Amado como realizadora de longas-metragens. O filme transporta para as telas o enredo que se tornou um best-seller, com 5 milhões de exemplares vendidos desde sua publicação, há sete décadas.
O roteiro flagra o cotidiano de um bando de meninos de rua, liderados por Pedro Bala, que vive de furtos na Salvador dos anos 1950. O romance tem um perfil de denúncia social, que, às telas é traduzido a partir de um diálogo com a cartilha da estética do neorrealismo.

Nas telas, os jovens Pedro Bala (Jean Luís Amorim), Professor (Robério Lima), Gato (Paulo Abade), Sem Pernas (Israel Gouvêa) e Boa Vida (Jordan Mateus) foram abandonados por suas famílias e crescem no submundo da Bahia, juntando trocados acumulados em roubos e contravenções diversas. Um dia, Professor conhece uma menina igualmente miserável, Dora (Ana Graciela), e resolve adotar a garota e o irmão dela, Zé Fuinha (Felipe Duarte), para o bando. A chegada de Dora vai incendiar um conflito entre os "Capitães da Areia", começando pelo coração de Pedro Bala.

Nos vemos lá!

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Programação

07/08 - Terça-feira
15h: Tieta do Agreste - Cacá Diegues, (140 min)
18h: Capitães da Areia - Cecília Amado, (96 min)
20h: Palestra - Os desafios de transpor a obra de Jorge Amado para o cinema
        - Guy Gonçalves (co-diretor de Capitães da Areia)
        - Renata Almeida Magalhães (produtora assoc. de Tieta do Agreste)

08/08 - Quarta-feira
16h: Na Casa de Rio Vermelho - Fernando Sabino e David Neves, (10 min)
       +  Jorge Amado - João Moreira Salles, (43 min)
18h: Tenda dos Milagres - Nelson Pereira dos Santos, (132 min)

09/08 - Quinta-feira
16h: Dona Flor e Seus Dois Maridos - Bruno Barreto, (110 min)
18h: Jubiabá - Nelson Pereira dos Santos, (110 min)

10/08 - Sexta-feira
16h: Meu Adorável Fantasma - Kiss me Goodbye - Robert Mulligan, (93 min)
18h: Quincas Berro D'água - Sérgio Machado, (104 min) - Sessão Gratuita*
20h: Palestra - A pluralidade da obra de Jorge Amado no audiovisual
            - Sérgio Machado (diretor de Quincas Berro D'água)
            - Mauro Alencar (doutor em Teledramaturgia pela Universidade de São Paulo)

11/08 - Sábado
16h: O Capeta Carybé - Agnaldo Siri Azevedo, (21 min)
       +  Jorjamado no Cinema - Glauber Rocha, (36 min)
18h: Tieta do Agreste - Cacá Diegues, (140 min)

12/08 - Domingo
16h: Na Casa de Rio Vermelho - Fernando Sabino, (10 min)
       +  Jorge Amado - João Moreira Salles, (43 min)
18h: Capitães da Areia - Cecília Amado, (96 min)


Entrada das sessões: R$2,00 / R$1,00 (meia)
*Excepcionalmente na sessão do filme Quincas Berro D'água, no dia 10/08, não será cobrada entrada